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Descendente de libaneses, Eduardo Mossri fala sobre personagem em 'Órfãos da Terra'

Para viver o médico Faruq, ator contou com apoio de instituições de acolhimento a refugiados

O ator, que já tinha experiência no teatro, encara o desafio de fazer novela pela primeira vez
O ator, que já tinha experiência no teatro, encara o desafio de fazer novela pela primeira vez -

A novela Órfãos da Terra conta com um time de atores para falar sobre a questão dos refugiados na tela da Globo. E o estreante na TV Eduardo Mossri é um dos responsáveis por abordar o assunto na trama das seis. Interpretando o médico sírio Faruq, na vida real o ator é descendente de família libanesa. "Meus avós, ambos libaneses, vieram se conhecer no interior de São Paulo, na cidade de Mogi das Cruzes, onde a colônia libanesa é grande. Ela, prometida, veio casar. Tiveram 5 filhos. Sou filho do caçula, nascido no Brasil. Sou a segunda geração nascida aqui. Cresci também em Mogi. Sou um paulistano com alma caipira e descendência libanesa", explica Eduardo.

Ele recebeu o convite para participar da novela enquanto estava em cartaz no teatro. "Foi por conta do meu espetáculo Cartas Libanesas, onde conto a história da imigração sírio-libanesa no Brasil, partindo de um viés pessoal, por ser neto de libaneses. As autoras de Órfãos da Terra (Thelma Guedes e Duca Rachid) foram assistir. Como o tema e a minha atuação têm tudo a ver com a novela, eu fui convidado a fazer parte", relembra o ator, que conta que a experiência de estar na TV tem sido ótima.

"Quando se forma ator você está apto para exercer o ofício em todos os meios. O que falta é oportunidade e, com essa novela, ela agora veio. Estou gostando muito e me sinto completamente à vontade, fazendo uns ajustes aqui, outro acolá, mas me sentindo bem", diz. Para dar vida a Faruq, Mossri acredita que sua descendência libanesa lhe ajudou a retratar com mais sensibilidade o personagem. "Me deu a segurança para brincar com o sotaque, com o gestual, ficar tranquilo com as expressões. Além de uma visão de mundo, que passa pelo olhar afetivo de conhecer a cultura que empresto e aprendo com Faruq", afirma o ator.

O apoio de refugiados também auxiliou Eduardo na hora de compor o personagem. "Eu tive o apoio da Missão Paz, do Padre Paulo, da doutora Elaine e toda sua equipe, e também da ONG Compassiva. Ambas instituições acolhem e apoiam refugiados em São Paulo. Durante o período de preparação, eu pude me aproximar de muitas famílias sírias, conhecer suas histórias, fui recebido em suas casas. Isso foi fundamental para o meu processo de construção", destaca.

O sucesso do médico sírio na novela desperta olhares curiosos no público, mas a abordagem ainda é sutil. "As pessoas ficam em dúvida se realmente sou o médico sírio da novela e se sou mesmo brasileiro, o que eu adoro! Sinal que o trabalho está sendo bem feito. Por enquanto tenho lidado muito bem", conta. E quais são os planos de Eduardo depois que Órfãos da Terra acabar? O ator não descarta nenhuma possibilidade. "Onde tiver bons trabalhos e bons projetos, quero estar. E aí não importa se na TV ou teatro. Só peço para ser algo relevante e que possa contribuir para alguma causa", ressalta.

 

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