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Ex-segurança e defensor da arte

Alex Brasil, que interpreta o Jarbas em 'Jezabel', conta como sua vida se transformou depois de virar ator

'Diferente de tudo que já fiz'
'Diferente de tudo que já fiz' -

Quem vê o Jarbas, da novela Jezabel, tão à vontade na frente das câmeras nem imagina como foi o seu começo na carreira de ator. Alex Brasil era segurança de um prédio, no Leblon, onde ficam as salas das atrizes Fernanda Montenegro e Marília Pêra. Ele tinha 24 anos quando um amigo que trabalhava no estacionamento do local lhe deu dois ingressos para a peça O Rim, com Carolina Ferraz e Heitor Martinez.

"Fiquei encantado com aquilo e ao término do espetáculo disse pra minha esposa: 'Quero fazer isso'. Não sei como e por onde começar, mas quero fazer. Ela não me apoiou de começo, mas eu bati o pé e na segunda seguinte liguei para o Sated (Sindicato dos Artistas), pedindo informações e indicações de cursos de teatro. Eles me deram algumas opções, e me matriculei numa delas", relembra.

Alex também interpretou o músico Cartola, no especial Por Toda a Minha Vida, da Globo, que foi indicado ao Emmy Internacional, em 2012. O ator destaca que o que mais mudou desde que optou pela troca de profissões foi o aumento do seu conhecimento artístico, intelectual e do ser humano.

"Para ser ator eu tive que me empenhar e pesquisar muito, porque não tinha as ferramentas necessárias. Porque, antes de ser ator, não julgava ser necessário. Então, eu lia muito. E tomei gosto. Foi uma mudança radical. Foi como se um novo Alex estivesse nascendo naquele momento", destaca.

Alex conta ainda que tem sido um desafio interpretar o mocinho Jarbas. "Ele é diferente de tudo o que já fiz. É um cara totalmente do bem, tímido, romântico, inseguro, mas ao mesmo tempo não pensa duas vezes se tiver que ajudar e fazer o bem para o próximo, o oposto dos demais fenícios da trama", afirma.

Por ser um ator negro, em um país racista como o Brasil, Alex garante que preconceito sempre vai existir e que não há como negar isso. "Já que ele sempre vai existir, não posso ficar refém dele. Mas também não fico quieto quando é algo muito ofensivo, e nem posso ficar. Tento entender o porquê de tal ofensa, de onde vem e o que leva o outro achar que é melhor do que eu só porque sou negro. Até porque isso é uma questão enraizada, passa de geração para geração", diz.

 

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