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'Eu amo o que eu faço'

Péricles descarta aposentadoria e diz se sentir bem trabalhando

Péricles
Péricles -

Péricles continua a todo vapor mesmo na pandemia do coronavírus. O cantor lançou seu novo trabalho, Tô Achando Que é Amor, que tem 17 faixas. À coluna, o pagodeiro fala sobre o novo álbum, conta como tem sido sua quarentena, revela que perdeu 13 kg e, com 34 anos de carreira, descarta aposentadoria. Confira a entrevista!

Você lançou a primeira parte do seu álbum, que terá 17 faixas. É mais complicado fazer os lançamentos neste novo normal?

É bem diferente. É um período novo para todos nós. Nunca imaginei viver algo assim. Num primeiro momento, a gente fica sem saber o que fazer. Mas foi um período que eu até trabalhei mais do que trabalho normalmente. Fora esse novo lançamento, teve um EP, "Pericão Retrô", que nós fizemos para os fãs. Tudo o que planejamos estamos fazendo.

"Tô Achando Que é Amor" já ganhou clipe. Tinha muito tempo que você não fazia clipe, né? Como foi voltar a gravar?

Foi bem legal, mas tornou-se tudo novo. Na gravação, os artistas estavam em uma locação, em outros dias. Depois, eu fiz a minha parte no estúdio. Isso porque temos que evitar aglomeração. Foi diferente, porque a gente interagiria no clipe. Mas o importante é contar a história.

O clipe é estrelado por dois atores negros. Foi proposital?

Foi total consequência. A gente não pensou nisso, mas acaba sendo uma forma da gente levantar nossa bandeira e levantar esse assunto. A gente ainda vive a pandemia do racismo e temos que erradicar isso urgente. Mesmo que inconscientemente.

Esse seu novo trabalho terá participações especiais?

Não tem. Por conta do coronavírus, a gente procurou reduzir o número de pessoas trabalhando. Cada um foi gravar em um dia esse novo trabalho. Mas o que eu posso dizer é que tem duas releituras bem legais nesse trabalho. Só não posso contar quais são ainda.

Você sempre foi ligado em tecnologia? Porque, com a pandemia, muitas coisas têm sido on-line. Você até fez uma "Pericão Listening Party" no Twitter.

Hoje eu estou ligado muito mais, não só por causa da pandemia, a gente foi obrigado a mudar. O Twitter foi uma ferramenta que sempre acreditei, muito antes. O número de seguidores no Twitter cresceu muito nessa pandemia. Ele aproxima as pessoas. Sobre o "Pericão Listening Party", foi uma ação bem legal. Saber o que os fãs acharam da música quase ao mesmo tempo foi bem interessante. Mas a energia do ao vivo é imbatível, não tem jeito.

Como você tem passado essa quarentena, Péricles? Você deve estar mais presente com sua família, acompanhando o crescimento da Maria Helena.

Tem sido um período de descoberta. É um período difícil também. Perdi grandes amigos para a Covid-19. É duro. E eu sinto pelos que eu perdi e pelos que as pessoas perderam também. Porém, nesse período que estou mais em casa, pude cuidar mais da gente. Estou em casa com a minha esposa, minha filha e minha sogra. Está sendo maravilhoso.

Vi que você tem suado a camisa também, está se exercitando.

O ficar em casa não significa se trancar pro mundo. Eu estou tendo mais cuidado com a alimentação, com o corpo. Tenho feito treino, exercícios. Eu perdi 13 kg. Eu tenho feito reeducação alimentar desde o fim de 2019, mas eu sinto que perdi mais este ano. Eu já vejo a diferença nas roupas, nas fotos. Não tenho essa pressa em perder muito peso em pouco tempo. 

Você é um dos grandes nomes do pagode. Foi até tema de aniversário. Como foi receber essa homenagem de uma criança?

Nossa, emocionante. O menino é de Feira de Santana (Bahia). Eu fiquei sem saber o que dizer. Isso é o maior sinal de que a gente tem feito um trabalho legal, que estamos trilhando o caminho certo. É mais que uma bênção, só tenho que agradecer a Deus.

Você acredita que seu trabalho está ultrapassando gerações?

Percebo, sim. Pouco antes desse período de pandemia, eu estava no shopping e uma menina, que devia ter uns 14 anos, me pediu uma foto. Ela tremia muito. No final, ela disse que sofre muito com minhas músicas. Eu pensei: 'Como ela sofre isso tudo, com essa idade' (risos). O mundo está mudando e a gente tem que acompanhar essa mudança.

São 34 anos de carreira. Já passou pela sua cabeça se aposentar?

Nunca, jamais. Eu amo o que eu faço, me sinto bem quando a gente pensa em um show novo, repertório, palco.

Quais são seus planos pós-quarentena? Está com saudade dos palcos?

Acho que a maior saudade é essa, poder cantar com todo mundo, é uma coisa que a gente pensa todo dia. A gente cantar e ver as pessoas se emocionando nos shows. Estou muito ansioso e esperançoso de que vai dar tudo certo e que em breve nos vemos.

Péricles Bruno Fioravanti / Divulgação
Péricles Bruno Fioravanti / Divulgação
Péricles Bruno Fioravanti / Divulgação
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