Mais Lidas

Nicolas Prattes vive um rebelde em 'Éramos Seis' e dispara: 'Já fui expulso de colégio'

Rebelde sem causa! Nicolas Prattes está de volta às novelas como o incompreendido Alfredo, de 'Éramos Seis', da Globo. A única semelhança entre os dois: a hiperatividade. À coluna, o ator de 22 anos fala sobre o novo trabalho, inspirações a fama de galã e muito mais. Confira!

Alfredo e Lúcio (Jhona Burjack) em cena da novela 'Éramos Seis'
Alfredo e Lúcio (Jhona Burjack) em cena da novela 'Éramos Seis' -

Rebelde sem causa! Nicolas Prattes está de volta às novelas como o incompreendido Alfredo, de Éramos Seis, da Globo. A única semelhança entre os dois: a hiperatividade. À coluna, o ator de 22 anos fala sobre o novo trabalho, inspirações, a fama de galã e muito mais. Confira!

Nícolas, o público está surpreso ao te ver, pela primeira vez, interpretando um vilão na novela 'Éramos Seis'. Como está sendo viver o Alfredo?

Graças a Deus que não tem nada a ver comigo (risos)! Eu costumo chamá-lo de 'rebelde sem causa', um cara muito contraditório. E nada mais contraditório do que o ser humano. Todos nós nos contradizemos o tempo todo. Isso é humano. E o Alfredo tem essa coisa da sedução. A mãe o protege tanto, porque ele é o filho que mais dá carinho pra ela. Não que ele queira conquistá-la, não é algo calculado. Ele faz porque é natural dele, eu acho bonito.

Você também é assim com sua mãe (a atriz Giselle Prattes), não é?

Sou, total. Eu sou pós-graduado em relacionamento materno — e isso também com a minha mãe da vida real. É uma paixão de louco mesmo. Eu a coloco na mesma dimensão da que tem o Alfredo pela dona Lola (Gloria Pires, em 'Éramos Seis'), porque ele faz coisas pela Lola que comprovam esse amor tão grande, que também tenho pela minha mãe.

Falando em mãe, a Gisele é sempre muito elogiada na internet. Isso já te despertou ciúmes alguma vez?

Demais! Agora eu estou mais saudável, mas, quando eu era pequeno, a gente andava juntos no shopping, passava um homem, eu sabia que ele ia olhar pra bunda dela. Ele olhava, eu pegava na mão dela e ficava encarando o cara. Mas fui crescendo e pensei: 'se continuar com isso, um dia vou apanhar' (risos).

Você chegou a ter esse embate familiar, assim como o Alfredo, de buscar a aprovação dentro de casa?

Eu nunca tive esse problema de querer agradar minha família, porque, de início, eu queria ser jogador de futebol. Eu fui até os 13 anos. Depois, o futebol começou a atrapalhar o colégio e tive que largar. Eu sou bem hiperativo, assim como Alfredo. Já fui expulso de colégio. Estudei em seis escolas diferentes, porque não conseguia me adaptar. E quando a hiperatividade me pegou, minha mãe perguntou se eu queria entrar no teatro. Comecei a fazer, me apaixonei. Eu passei no teste para ser o Pedrinho do 'Sitio do Pica Pau Amarelo', mas recusei, preferi ir pra Disney ver o Mickey (risos), e minha mãe super me apoiou. Nunca teve essa pressão.

Havia um certo preconceito no início da sua carreira, sob o estigma de que fosse apenas 'mais um rostinho bonito'. Mas, com o Samuca de 'O Tempo Não Para', a crítica passou a te enxergar diferente. Você considera esse personagem um divisor de águas na tua carreira?

Foi sim! Na verdade, eu estava escalado para 'Verão 90'. E, do nada, fui remanejado para 'O Tempo Não Para'. Tive 13 dias pra construir o personagem. Costumo dizer que meu personagem foi quase construído ao vivo! No começo, eu errei muito, muito mesmo, e falo isso com tranquilidade. Mas, com certeza, foi uma experiência que virou um divisor de águas. E, claro, tem essa coisa do rótulo, que a gente está acostumado, faz parte da indústria. Não me incomoda.

Apesar de ter apenas 22 anos, você já construiu uma carreira consolidada. Como você planeja sua carreira daqui para frente?

Meu sonho é não parar nunca. Quero fazer a maior quantidade de coisas possíveis. Procuro não pensar muito.

Você tem alguma inspiração na TV?

Eu me inspiro no Vladimir Brichta. Ele é sensacional! Uma pessoa sensacional. É um cara a ser seguido, não só no estúdio, mas também na vida pessoal. Foi meu pai em 'Rock Story', onde tive oportunidade de conviver diretamente com ele.

E esse bigode? Ficou muito bem em você. Está curtindo? 

A família inteira (do personagem) usa! Essa caracterização, na verdade, era pro Carlos (papel que ficou com Danilo Mesquita), que seria o personagem que eu iria interpretar inicialmente. E aí, me mudaram pro Alfredo. Mas o que acontece? O Alfredo, pra mim, ele é meio que o alter ego do Júlio (Antonio Calloni), e o Calloni está de bigode. Daí, sugeri da gente deixar.

'Éramos Seis' está sendo um trabalho diferenciado para você?

Sim. É a primeira vez que faço um trabalho de época. E tem uma coisa engraçada, porque a minha avó (Maria Prattes, de 67 anos) queria que eu fosse ator pra fazer um trabalho de época. Porque, quando eu era pequeno, ela penteava meu cabelo pra trás, achava elegante. E eu, de fato, "estreei" em 'Terra Nostra' (2000), que era época. Fiz o filho da Ana Paula Arósio e do Thiago Lacerda. Quando ela descobriu que eu estaria em 'Éramos Seis' ficou toda emocionada. É uma homenagem a ela.

Você fez uma verdadeira pós-graduação com suas mães na ficção: Ana Paula Arósio, Vanessa Gerbelli ('Malhação: Seu Lugar no Mundo'), Ana Cecília Costa ('Rock Story'), Christiane Torloni ('O Tempo Não Para') e agora Glória Pires. Que felicíssima coincidência, não?

Sim, e eu só agradeço! Porque só aprendo com essas pessoas, que estão aí há anos e anos e são gênios pra mim. Todas me ensinaram coisas que eu vou levar pra minha vida inteira. Todas mesmo, cada uma delas. Estamos (ele e Glória Pires) construindo uma coisa muito legal.

O Alfredo já está aprontando todas. Você consegue defendê-lo em algum aspecto ou ele vai ser um grande vilão?

Mocinho, esquece (risos)! Realmente, ele não é o mocinho. Se tiver algum mocinho na história é o Carlos (Danilo Mesquita), e o Alfredo é exatamente o antagonista disso. Ele é o anjo torto. Eu amo contradições, e nada mais contraditório que o Alfredo. É um personagem diferente de todos o que eu já fiz. Ele se sente incompreendido o tempo inteiro. E essa incompreensão gera nele quase um sentimento de autodestruição.

O que faz essa novela de época parecer tão atual?

Coincidentemente, naquela época também tinham embates políticos como os de hoje. Parece que nada mudou, ao mesmo tempo que tanta coisa evoluiu. O Alfredo luta pelas causas trabalhistas, é acusado de ser comunista. A política está inserida nesta história. Outro fato é que a família é atemporal, os conflitos familiares são sempre os mesmos. Lidar com as diferenças de viver sob o mesmo teto.

Falando em política, atualmente vivemos um momento de polarização. O que você espera pro futuro?

O ator é aquele que se posiciona sobre tudo. Agora, para falar da situação do país, a minha é de que melhore. Não tem essa de direita e esquerda. A gente mora no mesmo país... eu não quero sair daqui. O negócio é a gente se juntar e começar a fazer coisas que sejam passíveis de mudanças e agregadoras, e não de se distanciar como tem acontecido.

 

Alfredo e Lúcio (Jhona Burjack) em cena da novela 'Éramos Seis' Globo / João Miguel Júnior
Nicolas Prattes Reprodução do Instagram
Nicolas com a mãe, Giselle Prates Reprodução do Instagram
A família de Alfredo na trama: Isabel, Carlos, Julinho, Júlio e Lola Globo / Raquel Cunha
Nicolas Prattes Cesar Alves/tv globo

Comentários