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'É bacana a gente ser elogiado'

Maurício abre o jogo sobre fama de galã e mais!

Maurício Mattar
Maurício Mattar -

Aos 57 anos, Maurício Mattar está no ar como o professor Carlos, em Topíssima, da Record TV. À coluna, além de adiantar que vai gravar um DVD, o ator e cantor fala sobre seu personagem, origem libanesa, fama de galã, mudança de emissora e muito mais. Confira!

Como está sendo fazer o Carlos, em 'Topíssima'?

Eu tô muito feliz. O Carlos é uma figura boa-praça, um cara de bom coração, apaziguador. Ele é professor de Artes Cênicas, tem esse lado intelectual. Então, ele tenta o tempo todo ser pacífico nas confusões que ele mesmo criou por conta do passado. Ele tinha um romance com a Mariinha, mas acabou se relacionando com a Laura pelo interesse de vislumbrar uma carreira de sucesso como diretor de televisão. Ele se arrepende disso. Eu tô gostando bastante. É um personagem diferente de tudo que eu fiz.

Como é atuar com a Cristiana Oliveira e com a Silvia Pfeifer?

A Crica (apelido da atriz Cristiana Oliveira) é uma grande parceira, já tínhamos feito trabalhos antes. A Silvia, embora seja uma grande amiga de muitos anos, nunca tinha contracenado comigo. Está sendo uma delícia, muito prazeroso.

Você tem origem libanesa. Já visitou o país?

Não, na verdade, não. Estive para ir em Beirute (capital do Líbano) duas vezes. Numa delas, eu estava indo com primos de São Paulo, da colônia árabe, mas estourou uma guerra e abortamos a viagem. Na outra, acabei fechando uma turnê de shows pelo Nordeste e não deu para ir. Mas, meu pensamento é ir lá para conhecer, porque dizem que o país é maravilhoso. Quero conhecer os costumes, as raízes, a linhagem da família Mattar, dos meus avós por parte de mãe.

Conta um pouco sobre como foi o seu primeiro trabalho na Record.

Meu primeiro trabalho na Record foi em 'Louca Paixão', em 1999. Fiz a abertura, com uma canção minha chamada 'Louca Paixão', inclusive. Gravei com a Orquestra Sinfônica de São Paulo. Era um elenco maravilhoso. E aí, abriu a porteira de novelas. Depois, vim e fiz 'Dona Xepa', anos depois.

Como está sendo esse retorno para a emissora?

É uma família. O clima aqui é gostoso, me sinto muito à vontade para trabalhar. O profissionalismo aqui é exemplar, com toda a estrutura para você trabalhar, todo o conforto. Isso é muito importante. Eu fiz 'Dona Xêpa', e depois fiz 'Jesus' no ano passado, só a primeira fase. Foi um trabalho riquíssimo. Fiz Joaquim, que foi pai de Maria, avô de Jesus. Foi meu primeiro trabalho bíblico, mas fiz só os oito primeiros capítulos. Senti o prazer da reação do público em relação ao trabalho e fiquei com vontade de fazer uma novela de cunho bíblico, de ponta a ponta.

Como está sua carreira como cantor? Existem novos projetos?

Eu vim agora com uma nova turnê e, assim que acabar as gravações de 'Topíssima', a gente já começa com a parte de direção, cenário, ensaios e figurinos. Tem um projeto muito bonito vindo aí.

Em algum momento da sua vida você pensou em optar por só cantar ou atuar?

Eu amo as duas carreiras. Atuar me dá muita alegria, representar me emociona muito. Cantar é uma outra relação com a arte, porque eu sou o dono da obra. As pessoas desconhecem, mas eu já comecei na música antes de começar em 1978 como ator. Fui para o teatro aprimorar o meu lado cantor. Mas, de dez anos para cá, venho me dedicando mais à música do que ao lado ator. Até faço trabalhos como ator, porque me encanto, e fico muito feliz de representar. Mas como cantor todo ano venho abrindo novas turnês, viajando. São quinze canções que foram trilhas sonoras de novelas, então, a partir daí, tenho um público que me segue desde que lancei meu primeiro disco, em 1992. De lá para cá, formei gerações que passaram para outras gerações.

Você esteve durante muitos anos na TV Globo. O que você acha sobre essa troca de emissoras dos atores?

Eu fiquei 32 anos na Globo. Como eu tô mais envolvido com a música, com minha carreira de cantor, eu faço novela quando sou convidado. Represento, me empenho, mergulho de cabeça. Mas o meu envolvimento maior é com a música. Vou fazer um novo DVD, uma nova turnê. Fiz muitos trabalhos como ator e vou continuar fazendo quando me convidam, porque amo representar. Mas vejo que, cada vez mais, o mercado abriu e tem uma multiplicação de muitos atores novos, muita coisa acontecendo. Isso é bom para todo mundo, técnicos e atores. Abriu o leque. Não tem mais aquela coisa de contrato longo, são contratos de obra certas. O que acarreta uma flexibilidade maior.

Você sempre foi considerado galã. Se vê como símbolo sexual? E como lida com a questão do assédio?

Sempre lidei tranquilo. Eu nunca me alimentei disso. É bacana a gente ser elogiado, seja pelo que for. Mas nunca me vangloriei e fiquei em um pedestal. Não é só beleza que põe mesa, não é só ser galã que vai ditar as regras. Existe algo a mais que isso, existe carisma, talento, estilo, comportamento, educação, caráter, disciplina, alma. Uma série de coisas que englobam uma carreira. É um combo de coisas para que você seja interessante no todo. A beleza acaba. É bobagem, nunca me limitei a isso. Ser considerado símbolo sexual já passou, isso foi quando eu tinha vinte e poucos anos, trinta. Agora, ser símbolo sexual, acho que não tem nem graça. Acho bacana, mas não me preocupo com isso. Eu não me considero um padrão de beleza, tô longe disso. Tenho um milhão de defeitos.

Qual tipo de cuidado que você mantém com o corpo?

Atualmente, não estou tendo tempo. Só me preocupo mais com a alimentação. Não tomo refrigerante, não como carne vermelha há 18 anos, não como pão e não sou de comer fritura e gordura. Mas não tô tendo tempo de ficar ligado a atividades físicas. Mas, terminando a novela, fico só nos shows e aí tenho tempo para me dedicar a mim.

Como é o Maurício pai?

Sou um pai equilibrado. Nem muito lá, nem cá. Na hora que tem que chamar atenção, eu chamo. Mas também não fico me estressando. A coisa tem que fluir de forma tranquila para você não se desesperar e ficar atraindo negatividade. Ser pai não é uma tarefa fácil para ninguém.

O que te motiva?

O que me motiva é minha mãe, que vai fazer 81 anos e meus filhos, que eu tanto amo. A realização dos meus sonhos profissionais, essa novela que estou fazendo, e estar sendo tão bem vista, bem aceita. Não existe uma felicidade, existem vários pontinhos de felicidade. O novo projeto de um show que estou montando, tudo isso pra mim é motivação, gás, combustível novo. Me deixa aceso, com a luz brilhando mais forte. E tem uma novidade que não posso falar ainda, vem uma surpresa por aí!