'A gente só soma um ao outro'

O brilho no olhar de Rodrigo Simas não nega que o ator, de 27 anos, está em um momento especial de sua vida. No ar como o fotógrafo Bruno, da novela Órfãos da Terra, da Globo, o galã faz um balanço dos dez anos de carreira e fala à coluna sobre o assédio do público e o namoro com a atriz Agatha Moreira. Confira! 

Rodrigo, você e Agatha eram velhos amigos e acabaram se apaixonando. Como é viver esse momento com ela, tanto no trabalho, como na vida pessoal?

É muito legal. A gente se conheceu quando fizemos 'Malhação' (2012) e se reencontrou de uma outra forma agora. A gente só soma um ao outro e acho que estar junto significa isso, somar e ser feliz. Cada um tem a sua carreira, isso não se mistura, mas é legal. A gente tenta trocar bastante.

Os fãs sempre 'shipparam' muito vocês, não é?

É muito doido isso. Ficamos contentes com todo carinho e torcida que recebemos. Isso vem desde 'Orgulho e Paixão' (2018), porque a novela está no dia a dia das pessoas. As pessoas acabam que confundem, mas tem sido muito bonito esse carinho.

Você tem apenas 27 anos, mas está comemorado dez anos de carreira. Como é olhar para trás e ver tudo o que conquistou?

Já tem dez anos da minha primeira novela ('Poder Paralelo', da Record), não parece que tem esse tempo todo. Eu emendei uma atrás da outra. Eu fico muito feliz, porque eu sou novo e isso me da experiência para depois ter escolhas e ir desacelerando. Mas eu sou novo, estou aí para ganhar experiência. Eu gosto muito do que faço. É um prazer enorme.

Todo personagem que você faz cai no gosto do público. Como vê esse reconhecimento?

Eu sou o que eu sou e acho que você fazer novela, estar na televisão, ser reconhecido, não te difere dos outros. Nós somos todos iguais. Parece clichê, mas é realmente o que eu acredito. O sucesso faz parte do conjunto da obra.

Mas não dá para negar que, geralmente, os seus personagens acabam roubando a cena, né?

Não vou falar rouba (risos). Eu acho que dá certo, vai em um lugar positivo de foco e dedicação que eu tenho com o meu trabalho.

Como tem sido viver o Bruno, em Órfãos da Terra?

O Bruno é um fotógrafo nascido e criado em uma família rica, ele tem algumas questões na relação que o pai tem com a mãe. Como ele está crescendo, começa a criar sua própria opinião, eu acho que quando ele se envolve com a causa do refugiados, ele começa a ter outra visão da vida. Ele sai um pouco da bolha que ele sempre viveu e eu acho que isso é bastante importante. Quando ele conhece a Laila, e se engaja nessa causa, ele começa a mudar bastante.

Ele é rico, mas não liga para o dinheiro da família. Vão rolar muitas confusões por conta disso?

Ele não gosta do dinheiro do pai. Ele é um cara que corre atrás do que quer. Não gosta de depender de ninguém. Eu me identifico por ele ser muito idealista. Ele tem muita boa vontade de ajudar quando se envolve com a causa dos refugiados. Ele enxerga uma realidade que ele não viveu. É um cara de berço.

Outro ponto em comum é que você também ataca de fotógrafo nas horas vagas, né?

É um hobbie, foi uma facilidade para mim. Eu tenho uma intimidade com a câmera. Isso facilitou bastante meu trabalho. Engraçado que virei o fotógrafo da minha turma de amigos (risos).

O Bruno começa envolvido com Valéria (Bia Arantes), mas se apaixona pela Laila (Julia Dalavia). O clima vai esquentar entre seu personagem e o Jamil (Renato Goes), marido da refugiada? 

Vai ser uma mistura danada, o Bruno termina com a Valéria (Bia Arantes), porque eles já estão em uma crise e aí se apaixona pela Laila, quando a história irá começar fluir. Espero alguns embates entre eles.

Como foi o seu contato com os refugiados? Houve alguma preparação especial?

Eu nunca vivenciei de perto. Já tinha lido sobre e visto algumas matérias, sigo alguns perfis, ainda mais agora fazendo a novela. A gente da novela teve um workshop com refugiados, inclusive tem um refugiado que faz a novela e ele contou a história dele, isso deu muita base. Fico feliz de estar abordando esse tema, que é muito importante.

Na sua carreira, você já interpretou um italiano, um índio e agora você faz um paulista numa trama contemporânea. Você ficou bastante tempo fazendo novelas de época. Como foi isso para você?

Eu estou animado de fazer uma novela sem ser de época. Eu adorei fazer, gosto de fazer, mas acho que dá um pouco mais de tranquilidade para brincar com o cotidiano. Ele é paulista e eu estou tentando suavizar um pouco o sotaque. Mas eu estou animado e feliz com esta novela.

Você é de uma família de atores, que nunca se deslumbraram com a fama. Como fazem para se desvencilhar das armadilhas do sucesso?

Não tem isso, a nossa educação sempre foi de igual para igual. É isso que eu acredito e é isso que eu prego todos os dias: estar com meus pés no chão. Tenho certeza que não sou melhor que ninguém. A vida está aí para isso e para a gente viver ela, não tem porque se deslumbrar.