Unidos da Tijuca

A Unidos da Tijuca vai transformar a favela em um lugar perfeito para se morar no desfile de hoje. Com o enredo Onde Moram Os Sonhos, sobre arquitetura e urbanismo, a agremiação vai explorar o passado, entender o presente, falar sobre as mazelas da cidade e arquitetar o futuro.

"O grande conceito do enredo está muito mais ligado à cidade do Rio de Janeiro do que de uma arquitetura mundial por si só. O enredo tem essa pegada de falar do Rio, porque estamos comemorando o fato de o Rio ter sido eleito a capital mundial da arquitetura. Só que, para falar disso, a gente tem que falar um pouco do passado", explica o carnavalesco Paulo Barros. 

Conhecido como Mago do Carnaval, Paulo adianta o que se pode esperar da comissão de frente. "A comissão está ligada ao enredo, é uma comissão de frente que está me dando trabalho, tem técnica. A estética que eu quero causar com ela é uma estética de beleza, para surpreender as pessoas." 

Sobre a mensagem que a agremiação vai deixar no fim do desfile, ele faz mistério: "Não posso falar (risos). Sabemos que a grande fofocada é que a Tijuca está inacabada, os carros estão no osso. Já fiz carro de ferro, então... A palavra não é prazer, é aquele gostinho... É a Tijuca ir e fazer um grande desfile". 

Ficha técnica

Enredo: Onde Moram Os Sonhos.

Carnavalesco: Paulo Barros.

Cores: Azul-pavão e amarelo-ouro.

Intérprete: Wantuir.

Início do desfile: Entre 0h30 e 1h.

Rainha de Bateria: Lexa.

Mestre de Bateria:
Casagrande .

Cante o samba

O sol nasce em minha alma

Vai tomando o peito e ganhando jeito

Se eternizando, traduzido em forma

O mais imperfeito, perfeição se torna

Lá no meu quintal,

Eu vou fazer um bangalô

Já foi tapera feita em palha e sapê

E uma capela que a candeia alumiou

A Lua cheia…

Vem, é lindo o anoitecer

Vai, eu morro de saudade

Todo mundo um dia sonha ter

Seu cantinho na cidade

Como é linda a vista lá do meu Borel

Luzes na colina, meu arranha-céu

Linhas do arquiteto, a vida é construção

Curva-se o concreto, brilha a inspiração

Lágrima desce o morro

Serra que corta a mata

Mata, a pureza no olhar

O rio pede socorro

É terra que o homem maltrata

E meu clamor abraça o Redentor

Pra construir um amanhã melhor

O povo é o alicerce da esperança

O verde beija o mar, a brisa vai soprar

O medo de amar a vida

Paz e alegria vão renascer

Tijuca, faz esse meu sonho acontecer

A minha felicidade mora nesse lugar

Eu sou favela!!!

O samba no compasso

É mutirão de amor

Dignidade não é luxo, nem favor