Quero começar dizendo que é melhor dar do que receber. Essa frase de meu tio-pai, Assis, ecoa e graças aos seus ensinamentos estou aqui. Sou Ricardo Silva, de 32 anos, nascido e criado no Complexo do Alemão. Desde sempre estive envolvido com ações sociais e acredito na transformação através do esporte. Daí, surgiu o nosso futebol social, no qual ajudávamos famílias no final do ano. Tudo começou ali, com o Apocalipse, nosso time de amigos, reunidos na intenção de ajudar.
A vida vai mudando e recebi uma proposta de trabalho em outro estado. Fiquei lá por cinco meses e voltei logo no início da pandemia. Foi quando Padre Mário me convidou para me envolver com aquilo que gosto: os projetos sociais. Com muito amor, demos o nome de Tropa de Luz à iniciativa. Já passei por momentos difíceis na comunidade, mas sempre via a vizinhança unida, como família.
E, por falar em família, essa vontade de ajudar vem de berço. Via meu irmão mais velho indo na cracolândia e levando pessoas para minha casa. Cuidando, dando roupas, calçados, levando para os centros de recuperação. Tive vários exemplos bons ao meu redor, como meus tios, minha mãe e minha avó. O caminho errado existe. Basta você escolher o correto para seguir.
O Tropa de Luz chegou no Complexo do Alemão para ajudar e mudar destinos. Nossas crianças precisam de alguém por eles e nós estamos aqui para isso, pois eles são o futuro dessa comunidade e do nosso país.
Na pandemia da Covid-19, o projeto entregou aos moradores do Alemão mais de 36 toneladas de alimentos. Abençoar famílias é o nosso legado. Acreditamos que o amor sempre vence.