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Em novo momento da carreira, Lellê fala sobre suas origens: 'Agregou muita coragem'

Aos 22 anos, a atriz e cantora diz que se sente honrada de servir de inspiração

Lellê
Lellê -

Foi de passinho em passinho que Alessandra Aires Landim, conhecida hoje como Lellê, ganhou espaço na música e na televisão. Nascida na Praça Seca, a atriz e cantora, de 22 anos, que residiu em algumas comunidades cariocas, entre elas, a de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, logo entendeu as dificuldades que uma jovem negra da periferia teria que enfrentar para alcançar seu lugar ao sol. Obstáculos que ela, sabiamente, transformou em motivação.

"Minha criação nas comunidades em que passei me agregou muita coragem. Viver num ambiente sem oportunidades é muito difícil. Me causava muito medo de viver meus sonhos. Era praticamente impossível. Mas isso tudo virou um combustível muito importante na minha vida. Uso ao meu favor", destaca Lellê, que aprendeu a dançar ainda menina, lá pelos 6 anos, graças ao irmão, que trazia os passos dos bailes funk e a ensinava.

Das coreografias em casa até o palco do Rock in Rio, no ano passado, Lellê viu na Batalha do Passinho seu refúgio e ganha-pão. Dali, brilhou no grupo Dream Team do Passinho, fez novelas na Globo e, hoje, segue carreira solo. Uma inspiração para tantas meninas. "Essas pessoas me escolheram pela minha história e criação. Me sinto honrada."

Mesmo não morando mais em Rio das Pedras, Lellê se sensibiliza com a situação da comunidade em tempos de pandemia do novo coronavírus. "É difícil no dia a dia na favela. O que deve ser feito é, no mínimo, devolver para essas pessoas aquilo o que elas têm por direito: saúde, educação e igualdade", pontua. "Tenho ajudado minha comunidade. Tem gente que acha que é algo grandioso, mas descobri, na pandemia, que o principal é olhar pro lado."

‘Estamos aprendendo um com o outro’

No ar na reprise da novela 'Totalmente Demais', na Globo, e também na série 'Ricos de Amor', na Netflix, a atriz e cantora, que se autointitula “Nega Braba”, aproveita o isolamento social para dividir com seus 1,2 milhões de seguidores do Instagram lives sobre o empoderamento do povo negro.

“O momento que estamos vivendo está sendo incrível para muitas ideias serem desconstruídas e contidas também. Acho que, no meio desse caos, estamos aprendendo um com o outro, mas a pauta da luta antirracista não é novidade. Já estamos falando nisso há muito tempo.”

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